Exposição de aguarela e escultura de Paulo Ossião.

Inaugurada no dia 8 de junho, sábado, às 17 horas.

De 8 de junho a 27 de julho

Horário

De terça a sexta-feira, das 10 às 20.30 horas.
Sábado, das 14.30 às 20.30 horas.
 

O primeiro artista foi o que, apesar das dificuldades impostas pela
precariedade dos meios, sentiu prazer na feitura das imagens e, mais do que
isso, se preocupou com os aspetos estéticos inerentes ao processo...
distinto dos demais pela capacidade considerada mágica de acesso às formas,
aos volumes e às cores necessárias à reprodução ou reinvenção do real.

Veículo de comunicação intemporal e técnica aberta, o desenho e a
aguarela servem todas as linguagens plásticas da contemporaneidade. 

Estas palavras mais não são que o alertar do leitor para a fruição cabal
do conjunto de trabalhos de Paulo Ossião – importa que se tente, em cada
obra, descodificar a caligrafia artística do autor como meio de aprofundar
imagens que, à primeira impressão, nos parecem ter contado tudo.

Na verdade, Paulo Ossião não abdica facilmente da cor, nem, tão pouco, da
presença da água a invadir o papel para complementar, com mancha e cor, os
trabalhos que produz.

Surpreendidas no seu quotidiano, as «figuras» de Paulo Ossião trazem
consigo a naturalidade própria dos momentos de ócio. Integrando as soleiras
em ar expectante, olhos fixos nos acessos aguardam passivas a saudação ou a
pergunta. Sonham caminhos que partem de longínquos lugares. Quietude
íntima, diálogos entre confidentes. Ambiente de cromatismos discretos,
grandes planos e uma cor aberta com predomínio acentuado de azuis vibrantes.

(excertos do texto de Edgardo Xavier, em «Olhares», de Paulo Ossião,
2002)