Urna é a unidade primária, mais pequena e indivisível da qual se compõe a nossa sociedade. É a realidade atomizada em loop ou uma forma de se ver a realidade, filtrada pelas questões do biopoder, da biotecnologia, do pós-humano e da tecno-solidão.

Urna indaga o sujeito como resultado da relação corpo a corpo entre os seres vivos e os dispositivos – em que os seres vivos são controlados. Torna matéria a busca atormentada duma identidade como efeito duma remoção: a aniquilação do comportamento animal incivilizado. Artificial e biológico se confundem, o corpo é reconstruído, o sujeito torna-se objeto, no enquadramento da narrativa biopolítica que se justifica a si própria na omnipotência divina da técnica.

Como descolonizar-se de si próprios? 

A pesquisa artística da CAMILLA MORELLO edifica-se na interdisciplinaridade, sobretudo entre linguagem teatral, dança e performance. Formada como atriz e licenciada em Antropologia, estudou dança no curso bienal da Olga Roriz, e com Francisco Camacho, Vera Mantero, João Fiadeiro entre outros. Trabalhou com Miguel Moreira, Tamara Cubas, Miguel Pereira, Catarina Câmara, Maurícia Neves, Mickaël de Oliveira. Cocriou “Documenting Questions”, a convite do Festival Cumplicidades.

Com o seu trabalho gostaria de contribuir para a ampliação da reflexão em torno da consciência humana. 

Evento da edição de 2021 da MAPS – Mostra de Artes Performativas em Setúbal