O tempo é uma criação do ser humano e o seu bem mais precioso. É o tempo que nos permite ser, fazer e estar. É ele a métrica da nossa existência e dos nossos dias, separando a fração em que o sono anula a nossa consciência daquela em que somos esponjas de olhos abertos, reagindo a estímulos externos. É aquilo que nos falta, o que mais precisamos, dizemos. É ao tempo que anexamos um outro tesouro: a liberdade. O tempo pode ser profundamente diferente entre patrão e patroa. O tempo-livre do patrão é sua propriedade. O da patroa é partilhado com quem dele necessita e o exige: um favor ao marido, um pedido dos filhos, as tarefas domésticas. Extrai-se à patroa o seu bem mais precioso: ela mesma. A instalação Patrõa e o Tempo é uma chamada de atenção que ilumina o investimento do tempo das mulheres nas tarefas domésticas, um trabalho desvalorizado e invisível. 

IAN YURISCH CANCINO, também conhecido como “ELIANYURI” (n. 1986) é um artesão e artista autodidata, oriundo de uma vila operária chamada Cerro Sombrero, na Ilha Grande de Tierra del Fuego, Chile. Fascinado pelo fogo, ele usou a luz artificial como sua principal ferramenta, integrando um dos aspetos manipuláveis desse elemento. Tendo estudado Comunicação e Direção de Arte Digital em Santiago do Chile, mostrou desde muito jovem a paixão pela criação, construção e domínio de diferentes materiais. Vive em Lisboa desde 2011, onde optou por deixar um emprego na sua área de formação para prosseguir na via invicta, onde encontraria a luz como meio de comunicação. Com o seu estilo de iluminação tipo neon e uma forma cativante de expressar ideias, Ian inicia uma nova jornada como artista visual em 2020. 

Evento da edição de 2021 da MAPS – Mostra de Artes Performativas em Setúbal

Produção: Ghost Creative Produtions