O GUIA FORA DE PORTAS

DA REGIÃO DE SETÚBAL


Innocent when you Dream | Exposição de Carlos Guerreiro

10 Set a 30 Out 2022
Exposições

10 setembro a 30 outubro
Auditório Municipal Augusto Cabrita | Piso 0 – Galeria Azul
Innocent when you Dream | Exposição de Carlos Guerreiro (Abertura de exposição dia 10 de setembro, pelas 17h00)


Na sequência da exposição "Innocent when you Dream", que reúne um conjunto de obras gráficas, ilustração e pintura, remeto alguns parágrafos do texto que o saudoso João Paulo Cotrim escreveu na edição monográfica dedicada ao meu trabalho.

"Samplagem, eis a chave, se lhe dermos um tom. Se lhe dermos cor, chamemos-lhe colagem. «Não sou artista, tenho uma voz», costuma dizer. E logo acrescenta que detesta um design que se apresenta como solução. Interessa-lhe congregar o máximo de disciplinas e, sob tensão, testá-las, misturálas, pensá-las até ao limite, na absoluta subordinação ao conceito. Este corpus pertence às últimas décadas, com o computador a explodir modos de pensar e ver e sentir, coma vertigem das imagens, a televisão debitando, o cinema reinventandose, a música democratizando-se, a rede enciclopediando, o pensamento voando nas asas do desejo. O jazz pode bem fazer-se outra chave: a frase do bebop (bem-vindo Charlie Parker) que se desenvolve, com espaço para improviso, absorvendo apetites e saberes, regressando ao ritmo. Ou não.(...)"

"(...) A partir da íntima obsessão na recolha do máximo para melhor conhecer, o seu modus operandi detetivesco joga-se na busca incessante de um conceito, palco capaz de acolher os fetichismos, os pormenores, as reflexões, os materiais, os jogos, os erros, as histórias, enfim, os indícios. Carlos Guerreiro não faz esboços, mas listas, longas listas de objetos, cores, ideias. Embora o cinema seja a sua arte de eleição, a metáfora exata tem origem no teatro. Palco talvez, desde que se use o que se perde na obscuridade: a teia, os bastidores fazem-se horizonte sobre o qual construir uma metanarrativa. E a partir de si, como é óbvio emoderno (não tanto pósmoderno).(...)"

"(...) O grafismo e as capas de Carlos Guerreiro chegam-nos como cartazes, onde a tipografia protagoniza uma fantástica sucessão de ícones e letras que voam. Samplagem, colagem, digitalização, a vertigem das imagens, uma explosão de modos de pensar, congregando o máximo de disciplinas e subordinando-as ao conceito."

"(...)Letras que voam. E não serão ilustrações? As suas ilustrações, aliás, têm reafirmado um lado agit prop que nunca esteve ausente do seu percurso. Pela razão simples deque, por volátil e rarefeita que seja a obra, muda a pele do mundo. Ao toque e ao olhar. Não é para brincadeira, faz dele lugar habitável."

João Paulo Cotrim

Informação adicional:

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