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África Negra sobem ao palco às 23h

Nos últimos 40 anos, África Negra têm sido indubitavelmente os embaixadores mais importantes e genuínos da música de São Tomé e Príncipe, um estado insular no Golfo da Guiné ao largo da costa equatorial ocidental da África Central. A banda é extremamente famosa nos países africanos lusófonos e na sua diáspora mundial, seja na Europa ou na América do Norte e do Sul, e é amada pelo seu estilo inimitável de São Tomé Rumba ou Soukous, com sugestões de Highlife, que os seus fãs vieram a chamar carinhosamente como 'Mama Djumba'. Originalmente reuniram-se em 1974, mas as suas primeiras gravações são de 1981, quando começaram a fazer tours com sucesso por Angola, Guiné-Bissau, Cabo Verde e Portugal, enquanto a música era lançada em LPs pela lendária editora lisboeta Iefe Discos, discos que agora são muito procurados no mercado global de coleccionadores de vinil contemporâneo que se apoiam na música africana eléctrica pós-colonial.

São uma banda de seis (voz, duas guitarras, bateria, baixo e percussão), mas também têm de prestar contas a Leonildo Barros, o guitarrista seminal que ajuda a fazer o som da banda, agora a viver em Portugal. Desde 2014, a banda tem vindo à Europa várias vezes, tocando em festivais como o Wasser Musik em Berlim, FMM em Sines e Afrika Fest em Hertme. Em 2019 lançaram um novo álbum chamado "Alia cu omali", o seu primeiro em mais de 20 anos, com distribuição mundial pela Rush Hour; que compreende uma série de clássicos antigos que nunca foram devidamente gravados, apenas "materializados" em concertos ao vivo nos anos 80, e que foram agora gravados em estúdio entre Lisboa e São Tomé. Em Janeiro de 2020, uma compilação chamada "Léve léve" foi lançada pela swiss Bongo Joe records que destaca algumas das faixas clássicas da banda, juntamente com outras músicas importantes da ilha das décadas de 70 e 80. Em 2022 saiu a tão esperada "Antologia Vol.1", a primeira de duas compilações que destaca o passado da banda.